O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Visconde do Rio Branco e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Zona da Mata, unidade de Visconde do Rio Branco, obteve, no dia 13 de janeiro, a condenação de I. B. N., denunciado por promover, constituir, financiar e integrar organização criminosa (com emprego de arma de fogo e com a participação de adolescente), tráfico de drogas, posse e porte de armas de fogo, bem como pela prática do delito de corrupção de menores. O principal líder do tráfico de drogas de Visconde do Rio Branco e região foi condenado a quase 20 anos de prisão. Familiares do traficante também foram condenados pela Justiça.
Segundo apurado, ao longo de décadas, I. B. N. promoveu, constituiu, financiou e integrou organização criminosa sediada no bairro Mutirão, em Visconde do Rio Branco, que atuava em diversas cidades da Zona da Mata mineira e no estado do Rio de Janeiro. A organização criminosa, que era composta por outras dez pessoas, igualmente denunciadas, voltava-se à prática de crimes violentos, como homicídios, e ao tráfico de drogas, utilizando-se de armas de fogo e também de adolescentes nas empreitadas delitivas.
Em primeiro grau, o principal líder do grupo foi condenado pela prática dos diversos crimes denunciados. A pena foi fixada em aproximadamente 20 anos de reclusão, a ser cumprida em regime inicialmente fechado. O sentenciado segue preso.
Outros nove denunciados, integrantes da mesma organização criminosa, também foram condenados. Dois deles, filho e sobrinho do líder do grupo, que compunham o núcleo gerencial da organização criminosa, tiveram suas penas fixadas em 16 anos de reclusão, a serem cumpridas em regime inicialmente fechado. Os dois sentenciados também seguem presos.
Operação Duplo Impacto
No início de 2020, após a ocorrência de uma série de crimes violentos e assassinatos em Visconde do Rio Branco, decorrentes de disputa entre organizações criminosas, o Ministério Público instaurou dois procedimentos investigatórios criminais. Nesse cenário, no dia 10 de março de 2020, foi deflagrada, pelo Gaeco, a primeira fase da operação Duplo Impacto, oportunidade em que foram cumpridos nove mandados de prisão e 25 de busca, que resultaram na apreensão de diversas armas de fogo, coletes à prova de bala, drogas variadas e aproximadamente R$ 500 mil em dinheiro.
Segundo o promotor de Justiça Breno Costa da Silva Coelho, coordenador do Gaeco, “entre o final de 2019 e o início de 2020, a população rio-branquense presenciou verdadeiras cenas de terror decorrentes de uma guerra de facções criminosas atuantes na cidade e região, inclusive com homicídios praticados em plena luz do dia, sendo indispensável uma ação integrada e firme do Estado no combate ao crime organizado”.